Muito mais que historias...

... experiencias, o cotidiano, a rotina, a vida. o nosso blog vai falar de tudo que acontece, da nossa opinião, das nossas vontades. Boa leitura!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

A dor e a delícia de se ter um cachorro

Ontem (25/07) perdi a minha cachorrinha de oito anos. De uma maneira inesperada e dolorosa, vê-la dar um último suspiro me causou uma sensação de impotência e uma dor enorme. A casa parece vazia, um silêncio que incomoda. Por oito anos fui acordada com lambidas, fui recebida com pulos e corridas, tive um companheirismo único que só quem tem cachorro entende. Você não imagina o quanto um cachorro, aquele que foi amado por tantos anos, fará falta até se deparar com as mínimas coisas que você faz no dia-a-dia sem a presença dele. Acordar, escovar os dentes, entrar em casa, deixar a porta do banheiro fechada como de costume, não ter ninguém pra catar aquele pedacinho de carne que cai no chão, receber um encanador sem ter alguém pra latir e ao mesmo tempo morrer de medo dele, arrumar a cama sem ter que implorar pra ela descer... Cada coisinha que me faz sentir tão sozinha agora sem a Mel. Não, não era uma simples cachorra. Era um membro da família. Alguém que esteve aqui presente nessa casa em cada etapa de nossas vidas. Minha chegada ao ensino médio, o sucesso no vestibular, as formaturas e os casamentos das minhas irmãs, o nascimento da minha sobrinha. Alguém que tava sempre ali, ao meu lado, deitada no tapete mesmo que fosse só pra ver tv. São essas pequenas coisas que fazem a companhia de um cachorro serem deliciosas. Mesmo com todos os sapatos e bichinhos de pelúcia comidos, com o xixi feito no lugar errado e com os altos latidos, a única dor de se ter um cachorro é perdê-lo. Melzinha, obrigada por todos esses anos de amor e de companheirismo. Você vai fazer MUITA falta, como já está fazendo, em nossa casa e em nossas vidas.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Amor x dependência

Sou praticamente solteira convicta por diversos motivos. Quem me conhece sabe. E sabe que esse texto é muito diferente dos que escrevo aqui.Mas fiquei pensando numa frase que ouvi: não consigo me imaginar solteira mais. A frase foi proferida por uma pessoa que, do alto de seus poucos 20 anos, amarrou sua felicidade a outra pessoa.

Fico imaginando que deva mesmo ser difícil após bons anos de namoro, momentos felizes e tristes, terminar. Amor? Sim. Companheirismo? União? Também. Costume e rotina? Com certeza. Nós nos acostumamos muito fácil com as coisas, ainda que elas durem pouco. Com 3 meses de namoro achamos estranho quando a solteirice retorna. Estávamos acostumados à rotina de sair junto, a conviver com o mundo da outra pessoa (incluindo família e amigos), com as ligações diárias, com os programas casais, com a mesma boca e com a alegria de dividir as coisas... Imagino que pra namoros de 3, 5 ou 8 anos seja 3, 5 ou 8 vezes mais difícil. Mas creio que a gente também se acostuma.

Pessoas que dependem de outras para serem felizes, que só se imaginam bem ao lado de um namorado ou namorada, que engolem qualquer tipo de sapo por medo da solidão e que fecham os olhos para o resto do mundo só demonstram, na minha opinião, o quanto não sabem amar. Porque o primeiro amor que deve existir é por si mesmo. A melhor companhia capaz de trazer felicidade é a nossa. Ainda que acordemos de mau-humor, que o dinheiro esteja pouco, que a TPM bata na porta ou que a família dê um pouco de trabalho. Ninguém conhece melhor nossos gostos e defeitos do que nós mesmos.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior

Eu poderia começar esse texto com título, olho, lead e usar pirâmide invertida, como manda a objetividade do jornalismo, mas aprendi neste feriado que posso - e devo - ser subjetiva. Não é crime ser intensa, sentir dor e medo, sofrer e amar. Aceitei que a minha sina é errar, e não ter medo de errar, e nunca deixar de acreditar.
Sempre fui apaixonada pelas ruas de tortuosas pedras da Cidade de Goiás, onde já tropecei tantas vezes e, mesmo assim, nunca deixei de amá-las e frequentá-las. Por que com a vida seria diferente? Eu continuo andando e caindo e seguindo, seguindo com paixão por cada coisa que vivo e faço.
Esses quatro dias foram encantadores não só pelo erotismo da Cidade de Goiás, tantas vezes mencionado pelo grupo. A viagem foi mágica graças às pessoas especiais e inspiradoras que conheci. Fazer parte do encontro da Casa Warat me proporcionou outra perspectiva de vida. Mesmo conhecendo tão pouco o universo waratiano eu me encantei. Me encantei por ele estar tão vivo em Buenos Aires, em São Paulo, na Cidade de Goiás, em Brasília, na Bahia, no sul do país e em cada uma dessas pessoas. Me encantei pelo jeito waratiano de ver e sentir o Direito e o mundo. Jeito esse que me incentiva agora a buscar um Jornalismo melhor, mais humano e sensível, diferente do sensacionalismo hoje existente.
A viagem para Goiás era pra mim uma espécie de refúgio, de recarregar as energias, respirar outros ares, conhecer novas pessoas, esquecer as tristezas, decepções, raivas.
Voltando pra casa vejo que consegui mais do que isso. Eu consegui entender que só preciso de pessoas mais humanas e que posso deixar de lado o quê e quem me faz mal. Depois de quatro dias de poesia, sinas, canções na chuva e um banho de cachoeira pra lavar a alma, eu jamais sou a mesma pessoa que saiu de Goiânia no sábado à tarde.
Eu agora tenho sede, sede de vida, de conhecimento, de arte, de humanidade e de auto-conhecimento.
Eu desejo ser uma pessoa melhor a cada dia!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Me deixa ir

Eu até acreditava nas nossas semelhanças, acreditava que todo o amor do mundo cabia entre a gente, e a nossa maneira de ver o mundo.
Até que eu percebi que não era semelhança, e sim a sua única e exclusiva maneira de ver o mundo. Esse mundo que gira e transformam países, pessoas, e principalmente, nos faz acreditar no tempo.
Ele chegou, você viu?
Está pertinho de nós, pedindo pra você aceitar. Aceitar que as pessoas mudam, que as pessoas crescem, e que algum dia você tem que parar de acreditar em papai noel e fadas. E por mais que você gostasse das bruxinhas dos desenhos, existem algumas verdadeiras na vida real, que não são super boazinhas assim. Descobre sapos ao invés de príncipes, e muitos moinhos pra enfrentar.
O tempo chegou, ta vendo? Parei de acreditar nessas coisas e comecei a acreditar em coisas reais, e na vontade de viver a vida.
Com liberdade.
Você se esqueceu daquela frase, que eu escutava com um tom infantil: Nós somos do mundo.
Me deixa ser também? Existe algo de bom em cada atitude que eu quero ter, prometo. Mas me deixa ver com os meus olhos? Aqueles azuis que você costumava vigiar, cuidar, e que beijava quando estava cheio de lágrimas.
Me deixa perceber as nossas verdadeiras semelhanças, sem pensar na cor da pele ou no cabelo.
Promete me deixar sozinha um pouco?
Prometo não me machucar demais, e se isso acontecer, seu colo aconchegante vai ser meu novamente, juro. Eu sei que eu tenho pra quem voltar, só que agora quero descobrir até onde eu posso ir. Escuta aquela voizinha lá no fundo que te diz que está errado, e me deixa ir.
Por favor... me deixa ir.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Das coisas sem nome

Depois do dia em que você foi fraca deixei de acreditar em algumas coisas, confesso. Isso porque, você sabe, esse seu jeito de parecer sempre certa na sua inconstância tem muita influência sobre mim.. é que um resquício do que eu não provei ainda me desce garganta abaixo: eu não te escolhi. Não sei em que segundo foi que me permiti ser invadido assim por sua cordial preguiça do mundo, por seu ceticismo delicado, por essa crença maluca em desacreditar na leveza dos encontros casuais. Na verdade, pra ser sincero, você nunca me disse que seria a mesma, nem nunca me disse quem era. Agora que o tempo faz distância, depois do dia em que você foi fraca não entendo o motivo da minha revolta. O céu daqui é o mesmo, mas esse céu aberto que não é meu é que me faz leve. E, é verdade, houve uma primeira vez em que você foi descrença... hoje você é saudade.

Depois do dia em que você foi fraca você estava, depois de umas tantas porradas, abarrotada de desilusão, desacreditada. Mas espere um pouco mais, todos nós pertencemos a um lugar, talvez também pertençamos a alguém. Todos nós temos para onde voltar. Agora volta. Sinta falta dos meios sorrisos, da fascinação pelos sons, sinta falta da poesia do dia-a-dia, da crença no bem. (Qualquer canto é maior do que a vida de qualquer pessoa) Sinta. Falta. Falta... Depois do dia em que você foi fraca deixei de acreditar num monte de coisas. Não que o seu choro me comovesse - há tempos já não creio na sua delicadeza forçada - mas é que, você sabe, ser humano é se esforçar diariamente para o imprevisível.

- Não quero voltar.


"Descobrir a insuportável e delicada memória que teve um fim, não um final feliz. Ainda que a dor arrebente, ainda é melhor assim."

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

É...

Tô dividida. É isso. Dividida entre a carne e o sentimento. Amizade e família. Foi tenso. Ser massa sempre é difícil. Me entrego fácil demais, em qualquer situação. As minhas reações chegam a ser bobas. Com certeza foi uma das situações que mais me incomodaram na vida! Ciúmes, mas é claro, sou eu! Um quê de drama também não faz tão mal. Eu tava lá, no lugar de sempre, no lugar que mais marcou essa historinha, até a mesma roupa... mas dessa vez os personagens eram outros! Olha só... os personagens eram diferentes. Até doeu. Quando eu penso que tô me acostumando com isso, você aparece e faz tudo ficar tão complicado. E do outro lado, aquele lado que só eu sei, ta tudo tão bem, é tão bem resolvido. Proximidade, ô negócio difícil. Sai do papel de protagonista, e tava lá, tendo que representar com a coadjuvante que sempre se fez presente nessa peça. Meu auto-controle anda me sacaneando. Ai, eu fico sempre questionando a mesma coisa, será que de fato era só uma peça?! Pra mim era tão real! Pra você sempre foi só uma questão de administração, e bem executada, parabéns. O encanto quebrou, mas o bem-querer existe, e isso é o suficiente pra me matar! Sim, as coisas comigo são bem desse jeito, exageradas, intensas, nos extremos. Morrendo de rir e morrendo de chorar, mas chorar muito até desidratar. E foi exatamente assim. E agora? Eu já não sei mais o que falar, o que pensar, nem como agir... A coisa tá tão feia que eu não sei nem o que eu tô sentindo... tão crítica, que eu não sei nem como terminar esse texto.

domingo, 10 de julho de 2011

Não podia acabar diferente

Eles pareciam fazer parte de mundos diferentes. E no fundo faziam mesmo. Ela era completamente apaixonada pelo que fazia e por tudo aquilo que rodeava esse universo. Ele nem sabia porque estava ali. Só pensava em terminar logo com isso. Só queria que aqueles quatro ou cinco anos passassem rápido pra nunca mais ter que ver aquela gente esquisita - gente essa que ela adorava.
Algumas vezes ela tentou fazer ele mudar de ideia. Largue o curso, faça algo que goste, se envolva. Muitas mensagens subliminares. Ele era doce, divertido e tímido e era isso que a encantava. Nunca era rápido demais, sabia ser tudo aquilo que ela precisava. Sabia ver desenho num domingo de manhã, tampar da chuva, fazer o frio passar, acordá-la com beijos, passar a noite em claro e rir de um jeito infantil em cenas bobas de filme.
Até que um dia ele soube ser cruel, antipático e extrovertido. Deixou de ser doce, passou a ignorar todas as conversas engraçadas e a conviver com pessoas fúteis. Estava vivendo uma vida descolada e de modinhas.
Ele passou a ser tudo aquilo que ela estava cansada nos outros. Ela se decepcionou, mas não ficou com raiva. Apenas se lamentava e tinha saudades daquele cara que ele era, fingiu ser ou que ela acreditou ser. Ela vivia angustiada porque ainda precisava do que ele sabia ser, mas que agora já não é mais.
Ele não podia e não queria mais chegar perto dela.